Quando falamos que praticamos Tantra, a primeira imagem que vem na cabeça de muita gente é que somos e fazemos malabarismos na cama.
Nos olham como se fôssemos uma pessoa
super libertária, que não tem problemas de dividir o parceiro, e que transamos
com todo mundo ou fazemos magia na cama.
Como o Tantra Yoga ver o sexo?
O que esta
energia sexual e como ela pode nos ajudar a entender quem somos?
Adorei a pergunta da nossa seguidora do instagram, e vou escrever os próximos textos aqui sobre este tema.
Fui estudar tantra e aprofundar em alguns estudos do yoga, para entender minha própria energia sexual. Passei por uma situação onde fui molestada na infância e este ocorrido marcou minha vida por muitos anos.
Durante alguns anos
de terapia, passei por situações que me sentir abusada várias vezes nas minhas
relações pessoais ou profissionais.
Aos 17 anos depois de uma catarse na faculdade, comecei a fazer psicanálise e alguns meses depois meu terapeuta da época tentou me seduzir.
Coisa bem típica da nossa sociedade machista.
Aos 22 anos durante uma sessão de psicanálise, com uma terapeuta israelense, ela chegou a insinuar que eu havia atraído aquela situação. Que tinha uma energia muito forte e não sabia lidar com ela.
Segundo ela, durante a minha
infância não tinha ninguém do lado para me orientar, mas me pediu para olhar
com mais cautela para minha energia sexual e minhas relações.
Me
indicou fazer yoga, não por causa do sexo, mas por causa da hiperatividade
mental e problemas com insônia e vício que enfrentava.
Comecei
a praticar yoga e alguns meses depois fui para Índia. Lá encontrei gente
do mundo inteiro que me apresentou a filosofia do Osho..
Acabei
comprando vários livros dele e comecei a pesquisar mais sobre o assunto,
Tantra.
A leitura trouxe outro olhar para culpa, meus medos, o receio que tinha do que os outros iam pensar em relação a mim, minhas fantasias e o que criava da minha realidade.
Fui me vendo naquela leitura, me sentido mais confortável na minha própria pele, na minha história de alma.
Desde então, foram vários anos pesquisando, lendo, querendo entender aquela filosofia de vida.
Sempre quis ter um mestre, mas tinha medo das histórias de abuso com mulheres que se passa dentro da própria filosofia, medo da não aceitação da minha família, medo da rejeição, de não ser aceita por um parceiro, medo, sempre tive medo.
Em 2014, conheci um indiano aqui no Brasil, e ficamos melhores amigos. Nas nossas conversas, falei da minha curiosidade em estudar o Tantra, das razões que tinha em querer conhecer esta filosofia de vida.
Expliquei a ele os meus estudos, a minha curiosidade, e meu interesse pela compreesnsão de mim mesma, da minha energia.
Um ano depois ele me convidou a Índia para ir conhecer o mestre da sua família, um mestre da linhagem do Sri Vidya Tantra.
Quando cheguei, sabia que havia encontrado minha família espiritual no mundo.
Em 2015 fiz minha primeira iniciação nessa filosofia de vida, e nunca mais tive medo de falar o que sinto, de compartilhar com outras mulheres a minha história de alma.
Respondendo a pergunta da minha seguidora do instagram.
No Tantra buscamos ser livres .
Livre da culpa - dos medos - das fantasias que criamos.
O primeiro aprendizado que tive nesta filosofia de vida, foi o poder da aceitação.
Não negamos nada que sentimos, e não nos julgamos pelas nossas ações.
No Tantra evitamos ações que geram dor. Tudo que gera sofrimento está conectado com Karma, mas se ainda sofremos
temos que entender quais os padrões vibramos que atrai aquela situação de sofrimento.
Somos convidamos a acolher tudo de nós mesmos, e no seu próprio tempo, reconstruir a nossa história.
Wal Nunes